sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Professor: Ser ou Não Ser? Eis a Questão...

Não deveria ser essa, a dúvida, deveria sim ser uma certeza, desde o momento da opção. Todos os professores devem ter a certeza do que querem fazer, somente assim serão completos e poderão cumprir sua missão, sua vocação.
Incentivar os alunos, estar atento e motivar a todos deveria ser uma rotina prazeirosa e necessária, mas infelizmente não é o que acontece.
Conforme reportagem da revista Época de Setembro de 2007 é o que falta.
"Mais diplomas, menos crimes
Investir na escolaridade ajuda a reduzir as estatísticas de violência, revelam novas pesquisas feitas no Brasil e nos Estados Unidos"
SOLANGE AZEVEDO
Há dois anos, quando assumiu a direção da Escola Estadual Dr. Francisco Brasiliense Fusco, a educadora Rosângela Macedo Moura encontrou uma situação desoladora. A escola, que fica em Campo Limpo, um dos 19 distritos mais pobres de São Paulo, havia sido depredada 57 vezes em um ano. No mesmo período, quase 10% dos alunos haviam abandonado seus cursos. Disposta a mudar esse cenário, Rosângela montou um projeto enumerando tudo o que seria preciso para melhorar a escola e o encaminhou para uma porção de empresários. Um deles, o marqueteiro baiano Nizan Guanaes, se animou com a iniciativa da diretora e convenceu um grupo de agências de publicidade e comunicação a patrocinar as reformas.
Com o investimento privado, o espaço foi revitalizado. Ganhou salas de informática e música, além de uma biblioteca. Os resultados da parceria surgiram em pouco mais de um ano. Desde maio de 2006, o número de alunos cresceu um terço e a evasão caiu para 7%. As depredações despencaram para apenas seis em um ano. Para a aluna Viviane Silva Valentim, de 15 anos, o colégio do bairro de Campo Limpo “era muito feio” até ser reformado. Agora, Viviane diz que está mais motivada a estudar. “Os professores também mudaram a forma de dar aulas, agora cobram bastante da gente.”
Ao atrair mais alunos e evitar que muitos desistam de estudar, a escola de Campo Limpo está ajudando a reduzir as taxas de criminalidade da capital paulista. O distrito está entre os que tiveram os maiores aumentos no índice de jovens que freqüentavam o ensino médio na capital paulista entre 2000 e 2005 – e também está entre os que registraram as maiores diminuições das taxas de assassinatos. A correlação entre queda de homicídios e aumento da escolaridade é uma das conclusões do primeiro Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização não-governamental que reúne especialistas de todo o país, lançado há duas semanas. “De todas as variáveis socioeconômicas testadas, a freqüência à escola foi a que mostrou maior correlação com as taxas de homicídios”, diz Renato Sérgio de Lima, coordenador científico do Fórum. Ele afirma que a escolaridade tem mais peso sobre o índice de assassinatos que outros indicadores, incluindo o gasto per capita com segurança pública e a desigualdade social. “Embora em termos estatísticos essa correlação seja baixa, a educação exerce um papel importante na prevenção de homicídios.”

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