segunda-feira, 26 de julho de 2010

Centro de Altos Estudos da Consciênciologia

Conscienciologia: A Ciência da Consciência
A Conscienciologia é o termo que foi proposto publicamente em 1981 pelo médico e pesquisador brasileiro Waldo Vieira para definir a nova ciência dedicada ao estudo da consciência, que, dentre outros termos, é aquilo o que se denomina por ego, alma, espírito, essência, eu, individualidade, personalidade, pessoa, self, ser ou sujeito.

Para Vieira, a Conscienciologia parte do princípio de que a manifestação da consciência vai além do cérebro físico e que é independente do corpo humano. Portanto, a Conscienciologia propõe o estudo da consciência através de uma abordagem integral, considerando o holossoma, a multidimensionalidade, as bioenergias e a possibilidade da consciência se projetar para fora do corpo humano de maneira autoconsciente.

O holossoma é o conjunto dos quatro veículos de manifestação (corpos) usados pela consciência para se manifestar: o soma (corpo físico), o energossoma (corpo energético, duplo etérico, corpo bioplásmico), o psicossoma (corpo astral) e o mentalsoma (corpo mental).

O corpo físico seria extinto com a morte física, após a qual a consciência se manifestaria exclusivamente em dimensões extrafísicas empregando seus demais corpos até que, por forças naturais ou não, ela volte a constituir um novo corpo físico (reencarnação). A consciência teria, portanto, um aspecto multiexistencial.

A natureza multidimensional da consciência, fica evidenciada durante o fenômeno da experiência fora do corpo (projeção da consciência) quando ela pode se manifestar de forma lúcida em outras dimensões de espaço-tempo além da dimensão física que conhecemos, empregando os corpos não físicos que constituem o seu holossoma.

Além de estar sujeita as forças básicas da natureza, a consciência também interage por meio de bioenergias (energia vital, prana, orgonio, chi) com outras consciências, com outros seres vivos, com o ambiente. Por meio das bioenergias a consciência interfere e sofre interferências do meio.

A consciência seria intimamente regida por uma ética maior que permeia todo o universo, denominada cosmoética. A cosmoética não se limitaria aos conceitos de "certo" e "errado". Ela é orientada pela evolução da consciência, em qualquer dimensão de manifestação. Assim, não se pergunta se uma idéia ou ação é certa, mas se é a favor da evolução das consciências.

Segundo Vieira, o estudo da Conscienciologia com base nesses pressupostos constitui um paradigma consciencial, um novo modelo de idéias, distinto, portanto, do paradigma adotado pelas ciências tradicionais. Ainda segundo o autor, o escopo da Conscienciologia é o estudo da consciência do vírus (a forma mais simples de consciência) ao Serenão, a consciência mais evoluída existente em nosso planeta.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Oficinas Pedagógicas FOCO (SP)

A Escola Projeto Vida está com inscrições abertas para as oficinas de especialização para professores e gestores. As oficinas são: ‘Ensino da música: obrigação ou prazer?’, ‘Pedagogia da cultura corporal: uma outra perspectiva na área da Educação Física’, ‘Educação inclusiva: construindo estratégias para ensinar e aprender’ e ‘Cuidar e educar na educação infantil’.

Quando: 20 de março de 2010
Onde: Rua Valdemar Martins, 148, Casa Verde – São Paulo / SP
Informações: (11) 2236-1425 / (11) 2236-1458 / carolina@projetovida.com.br

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Educação para todos - Portugal

A Campanha Global pela Educação (Global Campaign for Education - GCE) é uma coligação internacional de organizações da sociedade civil e ONGs, de sindicatos do mundo educativo, centros escolares e movimentos sociais diversificados, comprometidos com o Direito à Educação.

Vale a pena entrar no site para conferir!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sotaques do Brasil

Como surgiram os diferentes sotaques do Brasil?

A diversidade de povos e idiomas contribuiu diretamente para o modo peculiar de falar o português em cada região do país

Por: Renata Costa

Imagem: Renata Borges

O Brasil é abundante em riquezas naturais de todos os tipos e, também, em sotaques. Embora todos nós brasileiros compartilhemos o mesmo idioma, há diferença na maneira como o português é falado em cada região ou mesmo em cada estado do país. E o modo como as pessoas falam caracterizam os diferentes sotaques.

As origens dos sotaques brasileiros estão na colonização do país feita por vários povos em diferentes momentos históricos. O português, como se sabe, imperou sobre os outros idiomas que chegaram por aqui, mas sofreu influências do holandês, do espanhol, do alemão, do italiano, entre outros.

Além disso, havia diferença no idioma português falado entre os colonizadores que chegavam aqui, vindos de várias regiões de Portugal e em distintas décadas. "Os portugueses vinham em ondas, em diferentes épocas. Por isso, o idioma trazido nunca foi uniforme", explica Ataliba Teixeira de Castilho, linguista e filólogo, consultor do Museu da Língua Portuguesa e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Os primeiros contatos linguísticos do português no Brasil foram com as línguas indígenas e africanas. “A partir do século XIX, os imigrantes europeus e asiáticos temperaram essa base portuguesa, surgindo o atual conjunto de sotaques”, diz o professor Ataliba.

É só reparar o sotaque e a região para lembrar os vários imigrantes que contribuíram para a história do país. No Sul, os alemães, italianos e outros povos vindos do leste europeu. No Rio Grande do Sul, acrescenta-se a estes a influência dos países de fronteira, de língua espanhola. São Paulo e sua grande comunidade italiana, misturada a pessoas vindas de várias partes do Brasil e do mundo; Pernambuco e os holandeses dos tempos de Mauricio de Nassau. Os exemplos são muitos e provam que os sotaques são parte da história da formação do país.

Por isso mesmo, não se pode dizer que haja um sotaque mais “correto” que outro. “Quem acha que fala um português sem sotaque, em geral não se dá conta de que também tem o seu próprio, já que ele caracteriza a variação linguística regional, comum a qualquer língua”, afirma o professor.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Cursos Especialização para Pedagogos

Este grupo procura contribuir com o desenvolvimento de competências fundamentais para que professores-alfabetizadores atuem em classes de educação infantil e início do ensino fundamental (séries iniciais: turmas de 6, 7 e 8 anos), favorecendo uma compreensão mais ampla do trabalho com a Língua.
Neste Grupo a ação do professor de Educação Infantil é tratada de forma abrangente, envolvendo aspectos da concepção, da organização e da realização da prática educativa.
Este Grupo aborda questões relacionadas à: adaptação de crianças pequenas; organização da rotina; parceria com os pais; gestão do tempo, do espaço e da diversidade das intervenções educativas.
No curso serão abordados temas como o trabalho com os problemas do campo aditivo e multiplicativo; a construção dos significados das operações fundamentais e as diferentes modalidades de cálculo, o trabalho com as regularidades e propriedades, entre outros assuntos.
Esse grupo oferece uma oportunidade de reflexão da prática educativa em artes através de diferentes ações que abordam os conceitos e os conteúdos específicos da área.
Esse grupo de reflexão se propõe a tratar esta questão procurando ampliar observáveis e buscar estratégias para lidar com as principais questões envolvidas, como: a adaptação curricular, as relações que se estabelecem com todos os alunos no espaço da sala de aula e da escola, as tarefas do professor, entre outros.
Essa proposta, que tem como objetivo propor temas e aprofundar conhecimentos referentes à gestão da formação da equipe pedagógica e do cotidiano escolar, é dirigida a profissionais que assumiram a orientação pedagógica há menos de cinco anos.

ONDE? Rua Alfredo Mendes da Silva, nº 55. Morumbi - São Paulo/SP
Informações: http://www.vila.org.br/

Curso de Línguas Estrangeiras GRATUITOS

Pela internet
Weblinguas ( www.weblinguas.com.br) Envia gratuitamente por e-mail lições de português, inglês, francês e espanhol.
Livemocha (http://www.livemocha.com/) Oferece cursos online de alemão, espanhol, francês, inglês, islandês, italiano, japonês, mandarim, português, russo e mais 90 idiomas gratuitamente.
Francoclic (http://francoclic.mec.gov.br/) Destinado aos que querem não só aprender francês, mas também conhecer um pouco mais da cultura do país.
USA Learns (www.USALearns.org) Gratuito, o site trabalha leitura, escrita e até mesmo a pronuncia do inglês.
Presenciais
SÃO PAULO - CELs Pouco conhecidos pelos paulistas, os Centros de Estudos de Línguas são mantidos pela Secretaria da Educação do Estado e têm cursos gratuitos de idiomas. São mais de 7,3 mil vagas para aulas de alemão, japonês, francês, espanhol e italiano. Com duração de três anos, as aulas duram 50 minutos e ocorrem 2 ou 4 vezes por semana. Apenas estudantes de redes estaduais ou municipais de escolas regulares, técnicas ou de supletivos a partir da 6ª série podem se inscrever. Mais informações: (11) 3218-2000 ou pelo site www.educacao.sp.gov.br

Professor Dedicado

No Japão, país com ensino exemplar, os professores nunca largam os estudos: 100% participam de programas de formação continuada do primeiro ano de profissão à aposentadoria. No Brasil, só 9% fazem isso.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Com "pé atrás", José Serra assina decreto que cria universidade de ensino a distância

O governador de São Paulo, José Serra, assinou na tarde desta quinta-feira (9) o decreto que cria a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), sistema de ensino superior a distância. "Eu mesmo tenho o pé atrás [com a educação a distância]. Vendo TV, fico me perguntando se dá mesmo para aprender", disse logo após dar sinal verde para o projeto.A Univesp é formada pela parceria das três universidades estaduais paulistas: USP, Unesp e Unicamp. O programa vai ter ênfase na pedagogia e prevê a abertura de 6.600 vagas já em 2009. "As universidades vão caprichar porque são as três melhores do país e não darão aula sem qualidade", garantiu Serra.Os cursos serão gratuitos, mas o projeto custará R$ 25 milhões por ano aos cofres públicos. "Não estamos tirando da verba das universidades. Deveríamos, porque é para o ensino superior publico, mas não estamos. E isso é para mostrar a importância que esse programa tem para nós", esclareceu o governador, que classificou o dia de hoje como "histórico".Como funcionaSerão destinadas 5.000 vagas para a graduação de pedagogia na Unesp, 700 de licenciatura em biologia e outras 900 de licenciatura em ciências, ambas na USP. A Unicamp ainda não tem suas vagas definidas.O primeiro módulo do programa, conforme o plano, terá cursos para ampliar a oferta de vagas na formação de professores em áreas básicas, como línguas, física, química e biologia. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, somente na rede estadual de São Paulo, há 25 mil professores sem diploma superior (10% do total). Simultaneamente, serão desenvolvidos cursos de especialização voltados a professores da rede estadual de ensino, da 5ª série ao ensino médio. A expectativa é de que 110 mil docentes ingressem no ano que vem em 16 cursos de pós-graduação (13 de disciplinas e três de gestão).Alguns cursos de especialização já são estudados para implantação: filosofia, sociologia, educação em direitos humanos, ética e saúde na escola, ciências, espanhol, gestão escolar, economia ambiental, vigilância sanitária, terapia intensiva integrada, ações em saúde, reabilitação de pacientes amputados.Ingresso na universidadeO ingresso na Univesp será feito como um vestibular normal. Será publicado edital com informações sobre o processo seletivo. Ainda não há datas definidas, mas a expectativa é de que esses cursos já comecem a funcionar em março de 2009.Segundo o secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, o sistema de cotas obedecerá as atuais políticas das universidades, "que já contemplam, de alguma forma, esse aspecto fundamental da participação dos jovens na busca do ingresso no ensino superior. O que vamos fazer é continuar a respeitar essas políticas".A idéia é criar uma rede virtual de ensino superior chancelada pelo prestígio acadêmico das estaduais. Por meio da rede, o aluno poderá assistir aulas, consultar uma biblioteca virtual e acompanhar pela TV o material de apoio pedagógico. O restante do programa pouco difere do ensino tradicional, com provas e aulas presenciais nos pólos.Vogt explica que haverá um canal aberto 24 horas que repetirá a programação a cada oito horas. A grade curricular ficará a cargo das universidades. "O projeto nasce com universidades públicas, mas estará aberto, no futuro, a parcerias com outras instituições, inclusive as particulares", disse o secretário.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Lawrence Stenhouse-O defensor da pesquisa no dia-a-dia

Para o educador inglês, todo professor deveria atuar como um investigador para ser capaz de criar o próprio currículo.
É impossível falar em professor-pesquisador sem citar o nome de Lawrence Stenhouse. A necessidade de utilizar a investigação como recurso didático já era discutida desde a década de 1930, mas foi esse inglês quem jogou luz sobre o tema, 30 anos mais tarde. "A técnica e os conhecimentos profissionais podem ser objeto de dúvida, isto é, de saber, e, conseqüentemente, de pesquisa", justificava. Assim, acreditava ele, todo educador tinha de assumir seu lado experimentador no cotidiano e transformar a sala de aula em laboratório. E, tal qual um artista, que trabalha com pincéis e tintas e escolhe texturas e cores, o profissional da educação deveria lançar mão de estratégias variadas até obter as melhores soluções para garantir a aprendizagem da turma. Em condições ideais, todos seriam capazes de criar o próprio currículo, adequado à realidade e às necessidades da garotada.
"Suas idéias, que têm mais de 40 anos, estão na pauta da educação atual", diz a professora Menga Lüdke, do Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. De fato, os conceitos mais recentes sobre as competências para ensinar incluem a postura reflexiva, a capacidade de analisar a própria prática e a partir dessa análise efetuar ajustes e melhorias no trabalho de sala de aula.
Mas nem sempre foi assim. Muitas das propostas de Stenhouse foram desprezadas porque ele procurava resolver problemas — como o da autoridade do professor em sala de aula — com propostas educativas de efeitos de médio e longo prazo. E muita gente, dentro da própria escola, prefere soluções instantâneas.
A eficácia das teorias pôde ser comprovada enquanto ele ainda estudava o tema. No final dos anos 1960, trabalhando no Schools Council for Curriculum and Examinations (Conselho Escolar de Currículo e Avaliação), de Londres, ele criou e pôs em prática um currículo específico para atender jovens de classes populares — com excelentes resultados (leia mais). Entre outras coisas, porque todos eram tratados com respeito, algo fundamental nas relações escolares para Stenhouse. "Os estudantes rendem mais quando são recebidos e acolhidos com consideração", dizia sempre. E isso, todo professor sabe, não é difícil. Basta estar aberto e ouvir a turma.
Para saber mais acesse: Revista Nova Escola

FRIEDRICH FROEBEL- O educador das crianças pequenas

O criador dos jardins-de-infância defendia uma educação sem obrigações para as crianças, que, para ele, aprendiam conforme seus interesses e por meio da prática.
O alemão Friedrich Froebel (1782-1852) foi um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação das pessoas - idéia hoje consagrada pela psicologia, ciência da qual foi precursor. Froebel viveu em uma época de mudança de concepções sobre as crianças (leia na página 60) e esteve à frente desse processo na área pedagógica, como fundador dos jardins-de-infância, para menores de 8 anos. O nome reflete um princípio que Froebel compartilhava com outros pensadores de seu tempo: o de que a criança é como uma planta em sua fase de formação, que exige cuidados periódicos para que cresça de modo saudável. "Ele procurava na infância o elo que igualaria todos os homens, sua essência boa e divina ainda não corrompida pelo convívio social", diz Alessandra Arce, professora da Universidade Federal de São Carlos (SP).
As técnicas utilizadas até hoje em Educação Infantil devem muito a Froebel. Para ele, as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho rumo à aprendizagem. Não são apenas diversão, mas um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo. Com base na observação das atividades dos pequenos com jogos e brinquedos, Froebel foi um dos primeiros pedagogos a falar em auto-educação, um conceito que só se difundiria no início do século 20, graças ao movimento da Escola Nova, de Maria Montessori (1870-1952) e Célestin Freinet (1896-1966), entre outros.
Treino de habilidades
Por meio de brinquedos que desenvolveu (leia na página 59) depois de analisar crianças de diferentes idades, Froebel previu uma educação que ao mesmo tempo permite o treino de habilidades que elas já possuem e o surgimento de novas. Dessa forma seria possível aos alunos exteriorizar seu interior e interiorizar as novidades vindas de fora - um dos princípios do aprendizado, segundo o pensador.
Ao mesmo tempo que pensou sobre a prática escolar, ele se dedicou a criar um sistema filosófico para lhe dar sustentação. Para Froebel, a natureza era a manifestação de Deus no mundo terreno e expressava a unidade de todas as coisas. Da unidade absoluta em Deus decorria uma lei da unidade dos contrários. Isso tudo levava ao princípio de que a educação deveria trabalhar os conceitos de unidade e harmonia, pelos quais as crianças alcançariam a própria identidade e sua ligação com o eterno. A importância do autoconhecimento não se limitava à esfera individual, mas seria ainda um meio de tornar melhor a vida em sociedade.
Além do misticismo e da unidade, a natureza continha, de acordo com Froebel, um sistema de símbolos conferido por Deus. Era necessário desvendar tais símbolos para conhecer o que é o espírito divino e como ele se manifesta no mundo. A criança, segundo o educador, trazia também em si uma semente divina de tudo o que há de melhor no ser humano. Cabia à educação, a partir dos primeiros anos de vida, desenvolver esse germe e não deixar que se perdesse.
Brinquedos criados para aprender
Froebel considerava a Educação Infantil indispensável para a formação da criança - e essa idéia foi aceita por grande parte dos teóricos da educação que vieram depois dele. O objetivo das atividades nos jardins- de-infância era possibilitar brincadeiras criativas. As atividades e o material escolar eram determinados de antemão, para oferecer o máximo de oportunidades de tirar proveito educativo da atividade lúdica. Froebel desenhou círculos, esferas, cubos e outros objetos que tinham por objetivo estimular o aprendizado. Eles eram feitos de material macio e manipulável, geralmente com partes desmontáveis. As brincadeiras eram acompanhadas de músicas, versos e dança. Os objetos criados por Froebel eram chamados de "dons" ou "presentes" e havia regras para usá-los, que precisariam ser dominadas para garantir o aproveitamento pedagógico. As brincadeiras previstas por Froebel eram, quase sempre, ao ar livre para que a turma interagisse com o ambiente. "Todos os jogos que envolviam os 'dons' começavam com as pessoas formando círculos, movendo-se e cantando, pois assim conseguiam atingir a perfeita unidade", diz Alessandra Arce. Para Froebel, era importante acostumar as crianças aos trabalhos manuais. A atividade dos sentidos e do corpo despertariam o germe do trabalho, que, segundo o educador alemão, seria uma imitação da criação do universo por Deus.
Educação espontânea
O caminho para isso seria deixar a criança livre para expressar seu interior e perseguir seus interesses. Froebel adotava, assim, a idéia contemporânea do "aprender a aprender". Para ele, a educação se desenvolve espontaneamente. Quanto mais ativa é a mente da criança, mais ela é receptiva a novos conhecimentos. O ponto de partida do ensino seriam os sentidos e o contato que eles criam com o mundo. Portanto, a educação teria como fundamento a percepção, da maneira como ela ocorre naturalmente nos pequenos. Isso não quer dizer que ele descartasse totalmente o ensino diretivo, visto como um recurso legítimo caso o aluno não apresentasse o desenvolvimento esperado. De modo geral, no entanto, sua pedagogia pode ser considerada como defensora da liberdade.
O educador acreditava que as crianças trazem consigo uma metodologia natural que as leva a aprender de acordo com seus interesses e por meio de atividade prática. Ele combatia o excesso de abstração da educação de seu tempo argumentando que ele afastava os alunos do aprendizado. Na primeira infância, dizia, o importante é trabalhar a percepção e a aquisição da linguagem. No período propriamente escolar, seria a vez de religião, ciências naturais, matemática, linguagem e artes.
Froebel defendia a educação sem imposições às crianças porque, segundo sua teoria, elas passam por diferentes estágios de capacidade de aprendizado, com características específicas, antecipando as idéias do suíço Jean Piaget (1896-1980). Froebel detectou três estágios: primeira infância, infância e idade escolar. "Em seus escritos, ele demonstra como a brincadeira e a fala, observadas pelo adulto, permitem apreender o nível de desenvolvimento e a forma de relacionamento infantil com o mundo exterior", diz Alessandra Arce.
Froebel não fez a separação entre religião e ensino, consagrada atualmente, mas via a educação como uma atividade em que escola e família caminham juntas, outra característica que o aproxima da prática contemporânea.
Um novo conceito de infância surge na Europa
Duas tendências históricas são essenciais para a compreensão da obra de Froebel. Uma é a valorização da infância, que passou, entre os séculos 18 e 19, a ser encarada como uma fase da vida com particularidades bem marcantes e com duração longa (é dessa época também o surgimento do conceito de adolescência). Pouco antes, era comum meninos europeus de 7 anos entrarem para as Forças Armadas. Cerca de um século antes do nascimento de Froebel, tamanha era a mortalidade infantil que a infância não passava de um período de "teste" para candidatos a adultos.
Na Idade Média, segundo o historiador francês Philippe Ariès, a idéia de infância simplesmente não existia: as crianças eram adultos à espera de adquirir a estatura "normal". Outra tendência histórica marcante do período em que Froebel viveu foi o individualismo burguês, simbolizado pela figura de Napoleão, que encarnava o ideal do homem que se fez sozinho e se tornou imperador da França.
Para saber mais acesse Revista Nova Escola